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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

"FAÇAMOS DEUS A NOSSA IMAGEM, CONFORME A NOSSA SEMELHANÇA..." (livro da loucura humana, Cap. 1.1)


"...E DISSE O HOMEM: FAÇAMOS DEUS A NOSSA IMAGEM, CONFORME A NOSSA SEMELHANÇA...".

Não existe referência para este verso, porquê não é bíblico, como deve ser notório no primeiro momento, mas se dermos uma lida, talvez até mesmo na primeira lida, notaremos com toda certeza que faz uma grande referência a Gênesis 1.28, quando Deus assina a sua obra, encerrando a com a criação do homem, tendo a si mesmo como modelo, moral, ético, espiritual. Criando o homem com capacidade pra pensar, administrar, criar a partir do existente. E a partir desse momento inicia-se a saga humana na terra, com sua relação conflituosa e sempre conflituosa com Deus. O Criador sempre vindo ao encontro da criatura na qualidade de redentor, com o fim de restaurar a harmonia quebrada pós queda.
Tudo que lemos sobre a história humana e posteriormente na história do povo hebreu, citados na Bíblia, é Deus se revelando, e com isso também, a sua vontade, ao ser humano, mostrando por obras, eventos, milagres, manifestações da sua pessoa (teofanias), e por fim pessoalmente em Cristo Jesus (Hb. 1.1-2), o desejo de Deus em resgatar o homem, da sua condição de queda pra um livre e aberto relacionamento com Ele, onde o ser humano poderia, por meio de Jesus, voltar-se pra Deus e conhece-lo como por ele é conhecido. Porém, mesmo depois de mais de mais de dois mil anos da revelação da Palavra de Deus, o Verbo Vivo que é Cristo, vivemos no eterno conflito existencial humano, sempre se projetando para um futuro inatingível, procurando respostas num passado inexistente e sem conseguir olhar pra porta do paraíso e se lembrar de onde saiu; nessa busca desvairada, alguns desejaram ser deuses, outros morreram pensando serem. O que é mais grave, é que onde a humanidade poderia procurar as respostas é exatamente o lugar que a cada dia as duvidas parecem percorrer distancias maiores nos corações, deixando der ser um lugar de inclusão e passando a ser um local de exclusão, ao invés de abrir as portas para os desvalidos, ignorantes da sua condição tem tomando mão de um sistema cruel, escravagista, traiçoeiro, interesseiro, singular, dominante, rebelde a vontade de Deus e fiel aos interesses de homens, para oprimir mais ainda, com a mentira em detrimento da verdade. A igreja, baluarte da verdade, tem perdido a cada dia mais o sentido do que é a verdade, e o sentido da sua existência aqui na terra: ANUNCIAR AS BOAS NOVAS, FAZER DISCÍPULOS DE CRISTO EM TODOS OS LUGARES POSSÍVEIS E LEVAR TODO HOMEM AO PLENO CONHECIMENTO DO SENHOR. Poderíamos, como igreja, estar cumprindo fielmente a Palavra, vivendo plenamente seu chamado, mais ao contrário disso, estamos disputando espaço: vestindo camisas diferentes pra nos separarmos deles, os outros; nos separando por nomes; pelo que cremos (como se não crêssemos todos na mesma verdade); nos evidenciando por nossas diferenças e nos afastando a cada dia daquele que nos faz comuns. Essa observação me leva a certas indagações: Como dizer ao mundo que Deus é amor, se vivemos em eterna disputa? como anunciar a salvação se não estamos dispostos ao menor sacrifício uns pelos outros? como anunciar que Cristo é o Senhor e dono da igreja se a cada dia o que vemos são homens se intitulando donos de suas igrejas? Então, a mensagem da verdade, a cada dia tem se tornado a mensagem da mentira, porque infelizmente a verdade vai parecer mentira na boca de mentirosos, não ha como anunciarmos um Deus que não vivemos, um evangelho que não transforma, uma igreja que não acolhe, não há como o mundo ver Deus, se a igreja não estiver disposta a se sacrificar pra mostrá-lo através de suas ações. Mas por que isso tem acontecido? Porque deixamos de anunciar um evangelho que transforma e passamos a anunciar um evangelho transformado; deixamos de anunciar a salvação por meio de Cristo, e passamos a anunciar um Cristo adequado ao espírito moderno; deixamos de anunciar o Deus que se revelou por meio de sua palavra escrita e do Verbo encarnado e passamos a anunciar um deus além da palavra, adequado, maquiado, fantasiado. Fizemos um deus a nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Então, esse deus, desceu do céu e se encarnou em homens e passou a imitar seus pecados, falivelmente passou a profetizar, inocentemente passou a ser enganado, um deus que toma o partido de todos os lados, que não se decide sobre o que quer, ganancioso, acumulador de bens, preocupado demais com esse mundo, como se as coisas aqui não fossem breve, sem misericórdia com os menos favoráveis, com amor condicionado, um deus dos homens: O deus que elege e que não elege, soberano e não soberano, o deus falível, como falível são todos os nossos planos.
Como o homem jamais pode ser como Deus, apenas conheceu o bem e o mal, mas não pode ser como o seu Senhor, nem mesmo os que viveram bem  antes de nós, que se autoproclamaram deuses, então hoje vivemos o triste fato da igreja inconformada com um deus inadequado a esta sociedade, resolveu fazer um deus pra ela. E enquanto a igreja não retornar aos fundamentos da fé, redescobrindo O CRISTO EM NÓS e assim ficarmos livres de pretensões divinizadas de teologias inferidas, idolatrização de homens, volatização da verdade, recriação de divindades e aceitar Deus como ele é e deixar a triste e frustrada tentativa de criar o deus como ele deveria ser, ainda continuaremos procurando Deus onde ele não está e se distanciando de onde ele sempre esteve.





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