A bíblia é o livro das
alianças e das promessas, quando lemos o texto bíblico nos deparamos com
personagens que suportaram sofrimentos, perseguições e lutaram para manterem a
sua fé. A galeria da fé em Hebreus 11, nos da a ideia exata do que é viver por meio
da fé e esperar em Deus sem esmorecer.
Na vida cristã, a
exemplo do que encontramos na palavra de Deus somos também motivados a
continuar pela fé em Deus e firmados nas suas promessas: promessas de um mundo
futuro, glorioso, onde a presença dEle será real e presente; promessas das
bênçãos presentes no guardar-nos do mal, das mãos do inimigo de nossas almas,
na sua presença conosco em todo tempo. São essas afirmações na palavra de Deus
que tem firmado a igreja durante séculos a fio, que levou muitos cristãos a
morrerem confiando plenamente no Senhor. Mas cada um de nós, possuímos
promessas pessoais, na nossa relação com o Deus que é nosso Pai;, ele tem dado
a seus filhos propósitos diferentes. Firmados nessas certezas, a de que Deus
sempre tem o melhor pra nós: oramos, nos dedicamos, pretendemos, somos
motivados a continuar, participamos de propósitos bem definidos. Mas as vezes
olhamos pra frente, como olhou Abraão e parece que essas promessas estão meio
anuviadas, distantes, incoerentes com o que estamos vivendo. O texto de hoje
deve levar nos a compreender melhor, um pouco melhor o propósito das promessas
de Deus e como nos relacionar com o Deus que pactua com seus filhos.
Depois
dessas coisas: Logo após a guerra dos quatro reis
contra os cinco Ló é levado cativo com seu povo, seus bens, chegando aos
ouvidos de Abraão, por meio de um fugitivo, ele logo toma as dores e lembra-se
de que é responsável ainda pelo sobrinho e vai ao seu socorro com duzentos dos
seus melhores homens e por meio de assaltos e estratégias de guerrilha consegue
derrotar um exercito mais preparado e numeroso.
Melquisedeque:
Após a vitória de Abraão ele tem um encontro com o futuro, uma previa das
ultimas coisas. Ele se encontra com o rei de Salém (Jerusalém), Rei e Sacerdote.
É incrível notar aqui e necessário, os elementos presentes nessa ceia: Vinho e
Pão. Deus confirma o propósito dele na vida de Abraão e também o abençoa
naquele momento, Abraão da o dizimo de tudo que possui, reconhece o sacerdócio
do Senhor, e comunga com Deus.
Não
temas: Porque Abraão temeu, após tão grande vitoria, após
o sacerdote ter confirmado na ceia de que Deus era com ele? Abraão temeu
vingança, temeu que os homens de Quedorlaomer, viessem vingar-se, o pegassem de
surpresa, sabiam seu endereço, conheciam suas terras, eram fortes. Nos parece,
podemos imaginar isso, que Abraão esquece totalmente dos últimos acontecimentos
e do seu encontro com o sacerdote do altíssimo e de suas palavras em seu favor.
Não temas, diz o Senhor a Abraão: ¹Te Guardei durante os conflitos; ²Sou o teu
galardão, tu não precisas mesmo dos despojos alheios; ³Te darei um filho varão
que virá de ti e teu herdeiro não será Eliezer; Tua benção será numerosa, tua
descendência como as estrelas no céu.
Impossibilidades:
Durante essa visão, depois dos conflitos anteriores, Abraão é tomado por
conflitos interiores, ele é movido por aquilo que todos nós somos movidos:
limitações. Incapacidade de entender os propósitos, compreender a natureza e
dimensão da promessa, os meios pelos quais Deus age e trabalha na historia
humana. Mas a despeito de tudo isso, a palavra de Deus diz que Abraão teve fé,
e isso foi acrescentado a ele como justiça, ou seja, foi justificado pela fé. Abraão
ainda não era uma grande nação, ainda não tinha um grande exercito, ainda não
era um povo forte, poderoso, conquistados, as famílias da terra ainda não
estavam sendo todas abençoadas por meio da vida dele. Mas Abraão sabia que tudo
iria acontecer.
Nem
sempre compreendemos o que Deus quer de nós.
Queremos creditar a
Abraão qualidades quase divinas, como se ele não fosse apenas um homem, uma
pessoa como nós. Lembremos bem o que disse Tiago sobre um dos grandes profetas:
homem como nós... sujeito as mesmas coisas. Não podemos divinizar ninguém,
acreditar que Abraão tinham uma compreensão completa do que Deus tinha pra vida
dele é pretensão. Se ele tivesse não teríamos lido a respeito de sua vida
situações como a prova que ele pediu a Deus, com respeito a promesa divina: se
Deus realmente vai fazer o que diz que vai, então que façamos um acordo entre
as partes. Mas entender o que seria uma grande nação naquele tempo, compreender
na sua totalidade o que seria ser um povo como a areia do mar, espalhado sobre
a face da terra como o pó, e ser uma benção para todas as famílias da terra, é
pedir demais do homem de fé. Situações como a que ele viveu, permitindo que sua
esposa fosse cortejada por outro homem com medo da morte, não nos revela em
nada o que é ser uma benção para todas as famílias.
Esse lado das atividades
de Abraão nem de longe nos leva a questionar sua fé, somente nos leva a avaliar
até que ponto realmente estamos certos sobre o que Deus requer de nós, sobre os
planos dele pra nossas vidas.
Somos tendentes a
acreditar sempre que Deus tem grandes coisas pra nós, e vemos isso bem expresso
nos cânticos, nas palavras proféticas, que nos animam os corações, vemos isso
bem expresso quando ministramos a respeito dos propósitos de Deus pra vida de
cada um de nós. Mas quando partimos pra pratica a situação muda de cor,
percebemos que constantemente nos perguntamos: o que Deus quer realmente de
mim? Nunca paramos pra perguntar se realmente isso é mesmo necessário, se
precisamos mesmo dessa prova divina. Mas dizer que isso é algo que incomoda a
vida de muitos cristãos é um fato. Não importa a idade, se ta começando a viver
a vida, ou a fé, se já esta na segunda parte da existência, ou com muitos anos
de fé, sempre estamos incertos sobre o que realmente Ele quer. Abraão viveu
isso, como todos nós vivemos, seja em que nível ou grau de duvida for. Mas tem
algo que precisamos aprender sobre Abraão e suas incertezas sobre o que Deus
faria e o que Deus iria requerer dele: Precisamos manter a fé.
Em alguns momentos as promessas de Deus
e sua presença em nós são incoerentes com o que estamos vivendo.
Deus fala contigo hoje,
na primeira investida do inimigo, primeira dificuldade parece que Ele nunca
falou. Então Deus está novamente falando conosco: “Eu sou o Deus, que te tirou
de Ur dos Caldeus, pra te dar por herança esta terra”. Depois da batalha contra
os cinco reis, quando Abraão livre Ló e sua família da escravidão certa e de
ver suas filhas e protegidos sendo vendidos pra outras nações, ele agora se ver
envolvidos com seus próprios temores: primeiro de uma retaliação dos seus
últimos desafetos; a compreensão de que ele era pequeno ainda naquela terra de
grandes famílias; seu endereço era certo, qualquer um poderia chegar na porta
de Abraão bater e invadir, porque ele não estava escondido; e por ultimo,
quando as coisas que Deus iria fazer realmente aconteceriam? Era muitas
questões que envolviam naquele momento a vida do pai da fé. E esses pensamentos
geram temores profundos em Abraão, parece que ele se esqueceu, prontamente que
ele não havia vencido a guerra sozinho, que ele não tinha tido a força em seu
próprio braço, que ele mesmo sendo menor, mesmo sendo pequeno em numero, havia
realizado um grande feito. O mais importante, nos parece que ele não se
lembrava mais de que logo após a batalha o sacerdote do Deus Altíssimo havia
estado com ele trazendo vinho e pão, confirmando assim a comunhão de Deus com a
vida de Abraão. Mas os temores só o levou a questionar o motivo os porquês da
vida, o fato de ele ser o homem das promessas de Deus, promessas incríveis e
ter que passar por isso, questionar o porque dele também ainda não ser o grande
homem, com uma grande família, como Deus prometera, há alguns anos atrás.
Às vezes a situação que
estamos vivendo não condiz com as promessas que temos de Deus. Nas nossas
orações, nas palavras que lemos, profecias que recebemos, as vezes a situação
de nossas vidas parece desmentir tudo isso. Vivemos olhando ao nosso redor e
procurando nosso Isaque, mas ainda não o vemos, e vemos nossos inimigos
crescerem como tempestades que se aproximam a cada dia mais.
Nem sempre as nossas
vidas, as situações que vivemos interpretam de forma precisa o que Deus tem
prometido ou prometeu pra nós. Abraão ainda não era uma grande nação, mas era
servo do Deus Altíssimo. Mas ele olhava pra sua vida e não conseguia ver ainda
o que Deus estava fazendo e nem de que forma ele faria.
Suas
bênçãos em nós podem ser para nossa posteridade.
Abraão sabia que ele
não era um rapaz, que ele não estava na flor da idade. 90 anos, não é qualquer
coisas (Senhor, que hás de me dar...?) ele ainda não via valor no que Deus
tinha dado a ele. Dificilmente encontramos pessoas hoje em dia com essa idade.
Noventa anos. Um século estava sendo inaugurado na vida daquele homem. Isso é
bem mais vida do que muitos podem sonhar. Cem anos e ainda com a esperança viva
em seu coração que faria diferença no mundo. Os homens como Abraão, Isaque e
Jacó, entre outros, viveram na perspectiva do futuro. Foram na verdade
visionários, mas não no sentido de viverem ideais impossíveis, mas visionários
com base na esperança em Deus. Uma coisa, entre todas as promessas que Deus já
havia feito a Abraão, algumas ele sabia que iria viver: ver Sara com o seu
ventre curado, apesar da idade e carregar seu filho nos braços. Mas ele não
veria a grande nação o grande povo que adviria disso tudo, não veria todas as
famílias da terra sendo abençoadas pelo filho de Abraão, não veria todos os
filhos na fé que ele geraria frutos da sua obediência a Deus.
Olha
para os céus e conta as estrelas, se és que podes contar: assim será a tua
descendência. Ele viveu olhando para um futuro que
não viveria, olhando para bênçãos que não desfrutaria, obedeceu em prol dos que
viriam antes dele, creu pacientemente lançando sementes em um campo onde não
veria os frutos nascerem.
Pensamos nas promessas
de Deus em nossas vidas em termos muito presentes. Somos tendentes a acreditar
que tudo que Deus tem pra nós começa e termina em nossas vidas. Precisamos,
provavelmente olhar para as estrelas do céu, conta-las, na certeza de que Deus
fará coisa tal e de uma dimensão tão grande que não viveremos o bastante pra
viver, mas milhares, centenas, ou milhões ou seja lá que dimensão isso terá no
futuro, mas sabendo que esse futuro depende da nossa obediência no presente. Os filhos dos teus servos continuarão, e a sua semente ficará
firmada perante ti. Salmos 102:28; A sua semente será poderosa na terra; a geração dos retos
será abençoada. Salmos 112:2.
Devemos
estar preparados pra aceitar e compreender o fato de que é bem possível que
muitas das promessas de Deus pra nós, não serão desfrutadas nessa nossa
existência. Mas nossa posteriadade sim, filhos, irmãos, amigos, igreja. Não
podemos ver a nossa relação com Deus e as sementes que temos lançados como
frutos somente pra essa tempo que consiste nessa nossa existência efêmera, aqui
na terra. Sementes lançadas, frutos futuros.
Devemos aprender com
Abraão, descansar em Deus como ele descansou claro, sem negar nossos temores,
sem esconder nossas duvidas com o fim de que delas sejamos curados, sem negar
que muitas vezes não compreendemos bem o que Deus requer ou o que ele tem nos
prometido ou com ele vai realizar suas promessas em nós.