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terça-feira, 13 de maio de 2014

Até chegarmos a sarça ardente.


Texto: At. 7.20-26 – Ex. 2.11-4.11
       I.            Deixar de acreditar em nossas capacidades preterindo Deus.
Uma pessoa que é separada por Deus para uma tarefa especial esta carregada com um compromisso do qual não pode se desvincular. Podemos lembrar a situação na qual viveu o profeta Jonas, que não quis obedecer a vontade de Deus em anunciar o juízo de Deus entre os ninivitas com medo de que estes viessem a se arrepender e Deus os perdoar. Mas conhecemos a historia e sabemos com ela termina, após um tempo na barriga da baleia, ele percebeu que não tinha opção e Deus cumpriu seu propósito, entre os ninivitas e com o profeta.
Moisés era o homem preparado para a obra que iria se requerer dele, mas isso somente aos olhos do homem. Talvez o maior impedimento que havia sobre a vida dele era o fato dele acreditar que podia fazer alguma coisa, que as suas capacidades adquiridas entre os egípcios e também seus conhecimentos do povo dava a ele certas vantagens diante de seus irmãos e compatriotas.
Mas apesar de Moises ter sido educado em toda ciência egípcia, e isso não era pouca coisa, seria com ter doutorado em Harvard, os egípcios eram versados em todas as ciências da época, arquitetura, engenharia, astronomia, matemática, astrologia, medicina, entre outras ciências da época. Moisés tinha sido bem instruído, nos altos dos seus 40 anos com uma vida publica invejável, homem inteligente. É tomado pela ira quando toma as dores do seu povo. Podemos imagina que Moises tinha conhecimento claro das profecias messiânicas, das palavras ditas por José a 400 anos atrás que o povo seria libertado do Egito e que Deus iria conduzir o seu povo para a terra prometida a Abraão. Era de se esperar que ele já estivesse preparado para a obra, ou acreditasse por si mesmo que seria ele o libertador do povo das mãos dos opressores. O texto de atos 7.20 deixa isso bem claro.
ü  Somos tendentes a desejar tomar e tomar as rédeas de nossas próprias vidas;
ü  Por acreditar ou saber do que Deus tem pra nós ou para nossa família, queremos fazer uso dos nossos esforços para compensar o tempo e não nos perguntamos se é isso que Deus quer;
ü  A autoconfiança na vida do cristão, é um pecado contra Deus que quase sempre nos leva ao desespero seguinte;
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    II.            Aprender na trilha da meditação.
Às vezes o caminho pra subir, é descendo mesmo. E à medida que vamos descendo, começamos a crescer em Deus, vamos desapegando dos nossos “achismos”, das nossas vontades inegociáveis, da nossa insistência de querer ditar a forma com Deus deve agir.
As ovelhas obedientes, as quais Moisés todos os dias levava para beber nos poços do seu sogro, depois com elas saiam em busca de melhores pastos, obedientes a voz do seu comando, seguindo a voz do “bom pastor”. Elas devem ter ensinado alguma coisa a Moisés nesses anos em que ele esteve ao lado delas. Ele não poderia mais ser um homem duro, querendo resolver as coisas na base da força, do empurrão, da violência; não seria sua inteligência que resolveria qualquer coisa que fosse, não ele, não o Moises a quem Deus salvou com um propósito muito especifico.
Agora ali estava ele, levando, conduzindo seu rebanho e alguma coisa dentro dele lhe dizendo o tempo todo: “você também tem um pastor; ouça a voz dele”; “aprenda com essas ovelhas, e seja obediente a Deus como elas tem sido a você; mesmo que isso te leve para matadouro, aprenda”.
A meditação, a trilha da meditação, da reflexão, muitas vezes nos conduz a esses desertos existenciais a condições difíceis, para que contemplando a nossa situação atual, possamos compara-la a antiga e a partir daí sermos conduzido por este caminho, que amadurece o coração, avalia as atitudes, soma os prós e os contra das nossas atitudes. Quantas vezes estamos cegos na nossa zona de conforto que somos incapazes de ouvir o que Deus quer de nós ou entender o caminho pra chegar ao seu coração? As condições são mudadas por Deus, ou permitidas ser mudadas a partir dos nossos erros para então podermos refletir, andar no caminho da meditação, sem interesses que nos desviem do caminho.
ü  O deserto é a terra desconhecida por nós;
ü  É o local onde geralmente não sabemos muito o que fazer, apenas aprender;
ü  É o tempo em que nossos recursos ficam escassos, nossas capacidades aprendidas na vida comum não nos vale muito;
ü  O deserto é o tempo de aprender a ouvir Deus.
ü   
 III.            Entregar a ele o que somos confiando no que ele é.
Moises é conduzido ao deserto, longe de tudo e de todos, sendo tirado dos seus, tendo aquilo que ele acreditava ser importante, tirado por um tempo, pra que subindo e descendo morro, aprendesse um pouco com o Deus que tinha muito a ensiná-lo.
Depois de 40 anos no deserto, já com seus filhos, uma vida tranquila no oficio de cuidar do rebanho, Deus se revela pra Moises mais uma vez. Agora numa situação diferente, Moises um homem mais calmo, mais reflexivo, não era mais levado pelas suas próprias emoções, não mais dado a seus rompantes de ira; tanto que a palavra vai chamá-lo de o homem mais manso sobre a terra (Nm 12:3), o contexto agora era outro, ele havia aprendido com as ovelhas, com os rebanhos a ouvindo a voz do pastor, a experiência de vida que ele tinha tido com Deus, o tempo de reflexão o permitia agora ser o homem que o Senhor desejava que ele fosse, agora Moises não estava mais no seu tempo, ele estava no tempo de Deus.
O Senhor fala com Moises do meio da sarça ardente. Sarças se queimavam com frequência, como muitas coisas acontecem todos os dias em nossa volta, esse era um evento comum no deserto na terra de Midiã. Mas Moises nota, entre o comum, aquilo que era incomum, ele estava mais perceptível às coisas de Deus e do meio da sarça Deus fala com seu filho.
ü  Deus ouviu o clamor do seu povo, o tempo de Deus era chegado, a promessa deveria ser cumprida, Abraão ainda falava. O tempo de Moises era agora.
ü  Moises não acreditava mais que fosse capaz de alguma coisa;
ü  Ele não compreendia e nem aceitava que alguma coisa ainda poderia ser feita pelo povo;
ü  Não acreditava que pudesse ser aceito, visto ter sido rejeitado uma vez como líder;
ü  Não acreditava mais nas suas capacidades e nem tinha mais recursos após 40 anos cuidando de animais e debatendo com pastores;
ü  Era agora uma pessoa simples, e rude de palavras, era um Moises novo.
Sempre imaginamos que em nossa vida com Deus ele vai usar o melhor de nós, isso não deixa de ser verdade, vai usar o nosso melhor, naquilo que ele desejar fazer por meio de nossa vida. Mas as vezes pra usar o nosso melhor, Deus permite que o nosso pior seja tirado, extraído, para que aquilo que temos de melhor venha a aparecer.
O que você em a mão? Uma vara. Jogue a no chão.

Poe a mão no seu peito. Será assim que farei. Eu Sou o Que Sou. Assim dirás aos filhos de Israel.

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