Texto: At. 7.20-26 –
Ex. 2.11-4.11
I.
Deixar de acreditar em nossas
capacidades preterindo Deus.
Uma pessoa que é
separada por Deus para uma tarefa especial esta carregada com um compromisso do
qual não pode se desvincular. Podemos lembrar a situação na qual viveu o
profeta Jonas, que não quis obedecer a vontade de Deus em anunciar o juízo de
Deus entre os ninivitas com medo de que estes viessem a se arrepender e Deus os
perdoar. Mas conhecemos a historia e sabemos com ela termina, após um tempo na
barriga da baleia, ele percebeu que não tinha opção e Deus cumpriu seu
propósito, entre os ninivitas e com o profeta.
Moisés era o homem
preparado para a obra que iria se requerer dele, mas isso somente aos olhos do
homem. Talvez o maior impedimento que havia sobre a vida dele era o fato dele
acreditar que podia fazer alguma coisa, que as suas capacidades adquiridas
entre os egípcios e também seus conhecimentos do povo dava a ele certas
vantagens diante de seus irmãos e compatriotas.
Mas apesar de Moises
ter sido educado em toda ciência egípcia, e isso não era pouca coisa, seria com
ter doutorado em Harvard, os egípcios eram versados em todas as ciências da
época, arquitetura, engenharia, astronomia, matemática, astrologia, medicina,
entre outras ciências da época. Moisés tinha sido bem instruído, nos altos dos
seus 40 anos com uma vida publica invejável, homem inteligente. É tomado pela
ira quando toma as dores do seu povo. Podemos imagina que Moises tinha
conhecimento claro das profecias messiânicas, das palavras ditas por José a 400
anos atrás que o povo seria libertado do Egito e que Deus iria conduzir o seu
povo para a terra prometida a Abraão. Era de se esperar que ele já estivesse
preparado para a obra, ou acreditasse por si mesmo que seria ele o libertador
do povo das mãos dos opressores. O texto de atos 7.20 deixa isso bem claro.
ü Somos
tendentes a desejar tomar e tomar as rédeas de nossas próprias vidas;
ü Por
acreditar ou saber do que Deus tem pra nós ou para nossa família, queremos
fazer uso dos nossos esforços para compensar o tempo e não nos perguntamos se é
isso que Deus quer;
ü A
autoconfiança na vida do cristão, é um pecado contra Deus que quase sempre nos
leva ao desespero seguinte;
ü
II.
Aprender na trilha da meditação.
Às vezes o caminho pra
subir, é descendo mesmo. E à medida que vamos descendo, começamos a crescer em
Deus, vamos desapegando dos nossos “achismos”, das nossas vontades
inegociáveis, da nossa insistência de querer ditar a forma com Deus deve agir.
As ovelhas obedientes,
as quais Moisés todos os dias levava para beber nos poços do seu sogro, depois
com elas saiam em busca de melhores pastos, obedientes a voz do seu comando,
seguindo a voz do “bom pastor”. Elas devem ter ensinado alguma coisa a Moisés
nesses anos em que ele esteve ao lado delas. Ele não poderia mais ser um homem
duro, querendo resolver as coisas na base da força, do empurrão, da violência;
não seria sua inteligência que resolveria qualquer coisa que fosse, não ele,
não o Moises a quem Deus salvou com um propósito muito especifico.
Agora ali estava ele,
levando, conduzindo seu rebanho e alguma coisa dentro dele lhe dizendo o tempo
todo: “você também tem um pastor; ouça a voz dele”; “aprenda com essas ovelhas,
e seja obediente a Deus como elas tem sido a você; mesmo que isso te leve para
matadouro, aprenda”.
A meditação, a trilha
da meditação, da reflexão, muitas vezes nos conduz a esses desertos
existenciais a condições difíceis, para que contemplando a nossa situação
atual, possamos compara-la a antiga e a partir daí sermos conduzido por este
caminho, que amadurece o coração, avalia as atitudes, soma os prós e os contra
das nossas atitudes. Quantas vezes estamos cegos na nossa zona de conforto que
somos incapazes de ouvir o que Deus quer de nós ou entender o caminho pra
chegar ao seu coração? As condições são mudadas por Deus, ou permitidas ser
mudadas a partir dos nossos erros para então podermos refletir, andar no
caminho da meditação, sem interesses que nos desviem do caminho.
ü O
deserto é a terra desconhecida por nós;
ü É
o local onde geralmente não sabemos muito o que fazer, apenas aprender;
ü É
o tempo em que nossos recursos ficam escassos, nossas capacidades aprendidas na
vida comum não nos vale muito;
ü O
deserto é o tempo de aprender a ouvir Deus.
ü
III.
Entregar a ele o que somos
confiando no que ele é.
Moises é conduzido ao
deserto, longe de tudo e de todos, sendo tirado dos seus, tendo aquilo que ele
acreditava ser importante, tirado por um tempo, pra que subindo e descendo
morro, aprendesse um pouco com o Deus que tinha muito a ensiná-lo.
Depois de 40 anos no
deserto, já com seus filhos, uma vida tranquila no oficio de cuidar do rebanho,
Deus se revela pra Moises mais uma vez. Agora numa situação diferente, Moises
um homem mais calmo, mais reflexivo, não era mais levado pelas suas próprias
emoções, não mais dado a seus rompantes de ira; tanto que a palavra vai
chamá-lo de o homem mais manso sobre a terra (Nm 12:3), o contexto agora era
outro, ele havia aprendido com as ovelhas, com os rebanhos a ouvindo a voz do
pastor, a experiência de vida que ele tinha tido com Deus, o tempo de reflexão
o permitia agora ser o homem que o Senhor desejava que ele fosse, agora Moises
não estava mais no seu tempo, ele estava no tempo de Deus.
O Senhor fala com
Moises do meio da sarça ardente. Sarças se queimavam com frequência, como
muitas coisas acontecem todos os dias em nossa volta, esse era um evento comum
no deserto na terra de Midiã. Mas Moises nota, entre o comum, aquilo que era
incomum, ele estava mais perceptível às coisas de Deus e do meio da sarça Deus
fala com seu filho.
ü Deus
ouviu o clamor do seu povo, o tempo de Deus era chegado, a promessa deveria ser
cumprida, Abraão ainda falava. O tempo de Moises era agora.
ü Moises
não acreditava mais que fosse capaz de alguma coisa;
ü Ele
não compreendia e nem aceitava que alguma coisa ainda poderia ser feita pelo
povo;
ü Não
acreditava que pudesse ser aceito, visto ter sido rejeitado uma vez como líder;
ü Não
acreditava mais nas suas capacidades e nem tinha mais recursos após 40 anos
cuidando de animais e debatendo com pastores;
ü Era
agora uma pessoa simples, e rude de palavras, era um Moises novo.
Sempre imaginamos que
em nossa vida com Deus ele vai usar o melhor de nós, isso não deixa de ser
verdade, vai usar o nosso melhor, naquilo que ele desejar fazer por meio de
nossa vida. Mas as vezes pra usar o nosso melhor, Deus permite que o nosso pior
seja tirado, extraído, para que aquilo que temos de melhor venha a aparecer.
O que você em a mão?
Uma vara. Jogue a no chão.
Poe a mão no seu peito.
Será assim que farei. Eu Sou o Que Sou. Assim dirás aos filhos de Israel.
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